Corrupção policial é crônica, afirma o presidente do STF
O secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, também presente, disse ver essa hipótese distante. “Particularmente eu sou a favor, mas acho que nós estamos longe disso. Muito longe. Acho que precisa debater, acho que isso tem que ser discutido. Cada polícia precisa saber o que vai perder, o que vai ganhar. Precisa efetivamente mostrar parasociedade o que é melhor.’’
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cezar Peluso, afirmou hoje que a violência e a corrupção policial no país são uma “questão crônica’’ e defendeu a unificação das polícias estaduais.
Peluso participava de um seminário de segurança pública promovido pela Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo, com parte da plateia composta por policiais.
Ele havia citado três casos de “graves problemas na área da segurança’’, entres eles o de um grupo de PMs de Manaus que atirou contra um adolescente desarmado e já dominado e o de policias paulistas que “teriam sido flagrados fiscalizando o secretário da Segurança’’, Antonio Ferreira Pinto.
Mesmo dizendo que não falaria dos “problemas de segurança, como a questão crônica da violência e corrupção policial’’, o ministro citou outro caso de corrupção. “Por mera coincidência, lembrei-me de que alguns anos atrás, o Amazonas foi obrigado a extinguir a Polícia Civil. Porque o grau de corrupção era tal que era impossível recuperar os agentes. Não sei como está hoje, mas foi uma tentativa’’, afirmou.
Peluso fez nova crítica à polícia, indiretamente dirigindo-se à Polícia Civil, ao falar de seu apoio à ideia de unificá-la à Polícia Militar. “Não me repugna, em princípio, pensar em unificação das carreiras policiais. Porque o ingrediente da disciplina, que é fundamental em quase todas as atividades humanas, me parece que, às vezes falte, para colocar um pouco de ordem em algumas instituições policiais’’, disse.
Presídios – O discurso mais incisivo de Peluso foi dirigido ao sistema prisional brasileiro que, para ele, vive um “fracasso incontestável, senão da falência mesmo’’. Para ele há um “desprezo’’ do poder público pelas regras mínimas e “475 mil encarcerados’’ vivem em “condições sub-humanas’’. “Que eu diria até medievais. Em alguns casos eu comparo até com as masmorras medievais.’’
Ontem, no mesmo evento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também citou o sistema como um dos problemas de segurança no país. “Temos nas nossas penitenciárias hoje verdadeiras escolas de formação de delinquentes. A reinserção social não é uma característica do nosso sistema.’’
Portal Jornal Pequeno / ASSTBM Blog do lomeu
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