Bahia terra da copa e da insegurança também: Salvador não tem condições de sediar a copa
O SONHO DE A COMPLICADA SALVADOR ABRIR A COPA
Está certo Jaques Wagner em exercitar seus esforços de governante para atrair a abertura da Copa do Mundo, inclusive enviar carta à Fifa enfileirando Salvador como candidata a hospedeira do evento. Se fosse possível encaixar tudo de forma positiva, o reflexo seria mostrar a cidade ao mundo, reforçar a sua condição de pólo de atração de turista aproveitando as belezas naturais da cidade, das mais belas do Atlântico Sul; propagar a Bahia como estado que enfeixa condições estruturais para atrair negócios e grandes projetos internacionais. Até aí, o sonho é possível e necessário. A arena da Fonte Nova estará capacitada a ser palco do primeiro jogo, com o selecionado do Brasil recepcionado. Mas, e de resto, governador? Por ora, a capital baiana estaria pronta apenas para recepcionar uma espécie de Copa às avessas: do exemplo da ausência completa da mobilidade urbana, cidade engarrafada que é, como e principalmente uma das capitais nacionais da violência, do desemprego, da falência da saúde pública, de uma estrutura educacional deficiente tanto em relação às escolas municipais como às estaduais; de um povo bonito, mas maltratado pelo elevado índice de pobreza; da incivilidade urbana; da falta de serviços públicos; da carência da rede hoteleira em relação à prestação de serviços capacitados; de uma Região Metropolitana empobrecida e feia; de uma Baía de Todos os Santos inserida como uma das maiores (e belas) do mundo, mas desprezada, abandonada, decadente, violenta, com suas ilhas inseguras e transportes marítimos absolutamente indecentes. E o que dizer do Centro Histórico e do conjunto colonial centralizado pelo Pelourinho, degredado e abandonado? E quais são os apelos culturais que nós temos para mostrar aos que por estas plagas viessem a chegar? Só a capoeira do Mercado Modelo? Em quatro anos daria para realizar uma revolução transformando Salvador, municípios do seu entorno e para a recuperação das belezas naturais das suas ilhas, outrora graciosas e exuberantemente tropicais? Se não pode, governador Jaques Wagner, o melhor a fazer é aproveitar o apelo da Copa do Mundo e baixar a bola. Salvador não está preparada porque está decadente em todos os seus quesitos. É pena, mas essa é a verdade.
(Samuel Celestino)
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