Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, em reunião desta terça-feira (13/12/11), requerimento do deputado Sargento Rodrigues (PDT) solicitando o afastamento do major Paulo Roberto de Medeiros do cargo que ocupa na Corregedoria da Polícia Militar. Acusado de perseguir o capitão Leopoldo de Vasconcelos Maria, considerado desafeto do major, ele responde a processo administrativo disciplinar.
Autores do requerimento para realização da audiência, os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Durval Ângelo (PT) questionaram o Comando-Geral da PM quanto à lisura na condução do processo, já que os envolvidos no caso têm relações declaradamente rompidas. Convidados e plateia também denunciaram a falta de tratamento isonômico e igualitário por parte da Corregedoria, alegando que o órgão tem julgado de forma favorável somente casos envolvendo oficiais de alta patente.
Leopoldo de Vasconcelos responde a processo administrativo por suspeita de homicídio a dois jovens, Douglas Warlen Teixeira Chaves e Adriano Tiensolli Amaral, em 2007. Alegando problemas de saúde, ele se manifestou somente ao final da audiência, no momento de participação da plateia. Em sua fala, negou o crime e afirmou ter enviado mais de 30 notificações denunciando arbitrariedades cometidas pela equipe da Corregedoria. Segundo ele, essas informações não foram sequer apuradas.
Chefe de um setor da Corregedoria da Polícia Militar, o major Paulo Roberto Medeiros se defendeu das acusações, alegando que seu trabalho se restringe à emissão de pareceres, cabendo somente ao juiz a decisão final sobre os processos. O corregedor da PM, coronel Hebert Fernandes Souto Silva, reiterou dizendo que Medeiros é apenas um assessor, sem poder de decisão. Ele reclamou da conduta da defesa do advogado do capitão, que estaria impedindo o andamento do processo, que já conta contra 37 atos impetrados pela defesa de Leopoldo. Acusou, também, o capitão de veicular em blogs informações que estariam atingindo a honra pessoal do major.
Na audiência, a reputação do major, que já foi condenado por furto, foi questionada por alguns convidados e pela plateia. O coronel Hebert Fernandes defendeu Paulo Medeiros, dizendo que ele já foi punido por seus atos, há 16 anos, e que desconhece novos fatos que desabonem sua idoneidade moral. Destacou ainda que tem autoridade para decidir se o major permanecerá no cargo. “Ele é um excelente assessor, de conduta ilibada, além de ótimo policial. Na época, as autoridades entenderam que a punição que ele sofreu foi suficiente”, afirmou.
Novas denúncias - Surgiram, na plateia, novas denúncias de retaliações sofridas por policiais, entre elas prisões, censura na veiculação de reclamações em blogs e até tortura. Algumas serão objeto de requerimento a ser elaborado e aprovado em novas reuniões da Comissão de Direitos Humanos. Na oportunidade, o deputado Durval Ângelo mencionou que há um projeto dele em tramitação que tem como objetivo garantir proteção a policiais militares, agentes penitenciários e seus familiares. De acordo com o parlamentar, a matéria só não foi votada este ano por determinação do Governo de Minas.
Ele citou ainda que já existe uma lei de amparo ao servidor público civil contra o assédio moral, que só não foi estendida aos militares por ordem do Governo. “A Justiça Militar Federal já tem dado ganho de causa os policiais das forças armadas, vítimas de assédio. Isso precisa chegar ao Tribunal de Justiça do Estado”, defendeu.
Requerimentos – Como resultado da audiência, foi aprovado requerimento do Sargento Rodrigues, em que solicita que sejam encaminhadas ao comandante-geral da PM as notas taquigráficas da reunião com pedido de providência para afastar o major Paulo Roberto Medeiros dos quadros da Corregedoria da Polícia Militar, em razão da incompatibilidade de sua permanência por carência dos pressupostos de idoneidade e moralidade. Requer, ainda, que sejam enviadas as cópias do pedido ao procurador-geral de Justiça e ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais.
A Comissão também aprovou requerimento do deputado Durval Ângelo, em que solicita que sejam encaminhados ao Chefe da Polícia Civil do Estado pedidos de informações sobre o andamento e as eventuais conclusões dos inquéritos instaurados a respeito dos homicídios que vitimaram Douglas Warlen Teixeira Chaves e Adriano Tiensolli Amaral.
FONTE: ALMG
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