A OMISSÃO DE IVAN
A montanha pariu um rato. Agora os
blogs de Garanhuns novamente recarregam suas baterias contra o
governador e seu candidato, por causa de uma carta do senhor Ivan
Rodrigues, chamando o governo e seu candidato de prepotentes a
autoritários. O engraçado é que só agora Ivan concluiu que o governo
Eduardo é autoritário, tal qual o governo a quem alegremente serviu, o
do finado Miguel Arraes, conhecido como o coronel da esquerda. Nunca deu
um pio quando Arraes montou uma chapinha prejudicando, dentre outros,
Cristina Tavares, que na ápoca teve mais de desessete mil votos e não se
elegeu, enquanto ,um cidadão de Olinda, que estava no partido de
Arraes, Álvaro Ribeiro, foi eleito com pouco mais de mil e quinhentos
votos. Na época, votei em Cristina, e, conversando com ela vi sua
angústia com o velho coronel. Sabe-se que sua própria família mandou um
recado ao próprio Arraes, para que não comparecesse ao velório da
combatente deputada. Durante todos estes anos, Ivan serviu e serviu-se
dos governos Arraes e Eduardo Campos. Inclusive apoiou a candidatura de
Zé da Luz, então do PSB local, mesmo o candidato sendo de Caetés, onde
teve todas as contas rejeitadas pelo tribunal de contas do estado.
MEDO DO GOVERNADOR
Na verdade, todos tem medo do
governador, e todos os insatisfeitos queriam seu apoio. Daí a chiadeira,
Só que o governador não confia em ninguém, dada a falta de consistência
política e ideológica dos postulantes, em sua grande maioria, uns
adesistas. Um político de Garanhuns me contou certo dia que quase não
aguentava o mau cheiro do charuto de Arraes, nem a música que o próprio
estava ouvindo - música argelina -, numa viagem a Arcoverde. Este
cidadão, uma nulidade política e ideológica, devia pelo menos ter o bom
gosto musical do velho coronel, e saber que estava viajando com um dos
maiores nomes da esquerda nacional, sobretudo considerando sua lucidez
durante o golpe de 64, quando defendia ardorosamente a legalidade e a
não busca da ruptura em 64, pelas esquerdas, que redundou no golpe da
direita aterrorizada nos tempos da guerra fria. Arraes era um coronel,
mas um coronel iluminado, digamos assim. Um dos poucos políticos e
intelectuais nativos que vi. E que tenho orgulho de ter chegado a o
conhecer quando modestamente trabalhei quando jovem, em sua campanha
para deputado federal no ano de 1982, com Arthur Lima Cavalcanti, que
depois romperia com ele. Claro, hoje não comungaria com suas idéias, mas
era um homem que pensava, e tinha muita habilidade política. Queria ter
uma projeção nacional, mas infelizmente ficou preso à politicalha
estadual. Ficou preso em sua própria armadilha, se aliando com políticos
na sua maioria adesistas, quando a maioria aderiu a Jarbas, quando viu
que o velho ía perder. E é isso que Eduardo não quer. Ele quer ter uma
base sólida, compromissada com seu projeto político, fugindo assim da
armadilha em que se meteu o avô. Hoje todo mundo aderiu a Eduardo. E
amanhã? A José? A Pedro? Basta ter perspectivas de ganhar as
eleições...
IVAN E ARRAES
Ivan se aproximou do clã de
Arraes, através de Arthur Lima Cavalcanti, quando o mesmo o convidou
para trabalhar na COSINOR, de propriedade de sua família, através do meu
saudoso falecido tio, Roberto Souto Maior que era uma espécie de
interventor do BNDES na empresa, e era o diretor financeiro. Nessa
épooca Ivan estava desempregado. e tio Roberto, lhe fez este grande
favor. Foi quando se deu sua aproximação com o clã de Arraes. Agora
chama seu neto de prepotente e autoritário. Muito engraçado, só agora
ele viu?
(Na foto o professor Rafael Brasil, que em seu artigo joga "mais lenha na fogueira").
FONTE : BLOG DO ROBERTO ALMEIDA
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