sPoliciais militares passam necessidade nos plantões; comida só para civi
José Ribamar Trindade
Redação 24 Horas News
Redação 24 Horas News
Os policiais militares que trabalham nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Ciscs) e mesmo nos batalhões da Polícia Militar não tem direito a alimentação e lanches fornecidos pela Secretária de Segurança Pública (SSP). A comida é apenas para policiais civis e agentes prisionais que trabalham nos plantões. Em determinados locais, os militares passam fome, ou compram comida de sues próprios bolsos.
O policial militar, segundo a reportagem do Portal de Notícias 24 Horas Newsapurou, recebe uma verba conhecida como Etapa Alimentação (EA). O dinheiro, no entanto, não chega às mãos dos militares, pois vai diretamente para os cofres dos quartéis.
“Porque as pessoas alegam que a gente recebe uma verba conhecida como Etapa Alimentação” e o dinheiro nunca chega às nossas mãos. Se o dinheiro é nosso. É para comprar a nossa comida, que o governo coloque o dinheiro na nossa conta bancária que a gente vai saber o que fazer. Se isso for feito, a gente não vai poder reclamar de nada”, explicou um militar que pediu para não ser identificado, que completa. “Se eu me identificar, vão me mandar para o local mais longe de Mato Grosso”
As reclamações dos policiais militares começaram a vir à tona a partir das também reclamações dos policiais civil, que não estão “engolindo” a comida servida atualmente nos plantões dos Ciscs.
“Eles (os policiais civis), ainda comem, ou pelo menos recebem a comida, que realmente é ruim, pois eu já tentei comer com eles e não agüentei. E nós, que nem vemos a cor da comida, quanto mais do dinheiro”, desabafou outro policial militar, que também não quis se identificar.
A reportagem tentou conversar com o coronel Lino Farias, comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso por pelo menos duas vezes durante a semana e não conseguiu. Neste sábado (26), por volta das 14h13, voltamos a ligar outras duas vezes, mas o telefone celular dele está na secretária eletrônica.
A história da Etapa Alimentação (EA) é longa e recheada de contos, dos mais hilários e absurdos. A Etapa foi implantada na gestão do então governador Jaime Campos, hoje senador da República, que também construiu o Comando Geral da Polícia Militar. A Etapa Alimentação hoje se caracteriza em uma das coisas mais exdrúxulas dentro da administração pública de um Estado. Até porque os recursos transferidos para os batalhões e demais unidades da Polícia Militar são gastos sem licitação, para que estas unidades, teoricamente, adquiram os mantimentos e produzam as refeições que seriam servidas aos policias.
Sempre houve uma nuvem de incertezas sobre esses recursos e os próprios oficiais admitem que são utilizados para pagamento de outras coisas, alegando que, diante da dificuldade do Estado suprir todas as necessidades das unidades (reparos, reformas, aquisição de bens de consumo e duráveis, etc.), parte dela seria utilizada para suprir as necessidades emergenciais.
Se realmente fosse isso que acontecia, apesar da sua aplicação de dar de maneira ilegal, não estaria caracterizada alguma imoralidade ou mesmo crime, mas nem sempre as coisas são bem assim. Existem algumas histórias, verdadeiras, que demonstram muito bem como a verba é aplicada.
Em Chapada dos Guimarães, há alguns anos, o comandante da PM local dizia aos subordinados que a Etapa Alimentação não estava vindo ou não era suficiente, de modo que teriam que arrecadar junto à comunidade os gêneros necessários para a feitura da comida.
Os policiais militares, como era de se esperar, arrecadaram alimentos em abundância, inclusive, umas poucas cabeças de gado que seriam entregues uma após a outra, de acordo com o consumo. Dito comandante, além de ficar com os recursos da Etapa Alimentação, subtraia as melhores partes do gado e levava para a sua casa.
Determinado dia, no entanto, quando o comandante passava um sermão nos subordinados, cada vez que dava a costas para a tropa, ele sempre escutava, em coro, um grande muuuuu....
Em outra situação, o comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), a pessoa que deveria demonstrar, mais que ninguém, um corportamento exemplar, pois era o responsável pela formação dos praças, usou o recurso da Etapa Alimentação para mobiliar seu gabinete.
O gabinete do comandante ficou parecendo o cenário do programa da Ana Maria Braga, enquanto as salas de aula apresentavam goteiras, pintura gasta e não contavam com ar condicionado.
Quando esse comandante foi transferido para o interior alegou que aqueles móveis eram seus e os levou para casa. Ainda no CFAP, um comandante que ficou por poucos dias, logo que tomou posse no comando da unidade, a primeira coisa que fez ao entrar na sua sala foi chamar o tenente que trabalhava na unidade, indagando-lhe o que havia em um cofre que ficava na sua sala.
Como o tenente respondeu que era onde guandavam os recursos da Etapa Alimentação, mandou que fosse aberto, retirou dali o dinheiro e contou. Havia cerca de R$ 15 mil. Retirou algo próximo da metada e colocou no bolso, falando para o tenente que aquilo correspondia a parte dos valores que o Estado lhe devia, por conta de diferenças salariais.
O dinheiro subtraído nessa oportunidade era produto da economia feita por um outro comandante que, além de fornecer a etapa aos alunos, estava juntando dinheiro para melhorar as condições das salas de aula da escola.
Na verdade a Etapa Alimentação sempre foi um cala boca para os oficiais superiores, fazendo com que os mantivessem sempre calmos nas questões salariais e segurassem a tropa, tanto que os recursos da etapa não chega nas localidades mais remotas, onde, invariavelmente, não existe um oficial superior no comando.
Enquanto na Secretaria de Segurança Pública (SSP), ao tomar conhecimento que a etapa não chegava a todas as unidades e que havia desvios, depois de muita luta, consegui-se que o governador editasse um decreto estabelecendo as formas que iam do fornecimento de alimentação pronta nas localidades cujo efetivo permitisse um preço bom para o Estado. Ou o repasse do dinheiro como auxilio alimentação para o policial ou mesmo aquisição dos gêneros alimentícios para a confecção das refeições nos quarteis.
Para tanto a SSP ainda reservou recursos orçamentários para os demais gastos que os policiais alegavam serem antes supridos com parte dos recursos da Etapa.
Após muita luta da SSP para definir os valores e a melhor alternativa para cada uma das unidades, da capital e do interior, o assunto ficou esquecido por algum tempo. Depois o assunto voltou e realizada uma a licitação, saindo vencedora uma empresa de São Paulo.
Vendo a aproximação do fim da Etapa Alimentação (dinheiro na mão é vendaval), seus maiores beneficiários começaram a se insurgir. Não houve resistência da SSP alegando que os gastos seriam maiores do que com a Etapa Alimentação, além de problemas com a empresa vencedora.
Assim, a história continuou seguindo seu rumo. Tudo como antigamente. Todos que da Etapa Alimentação beneficiam agora imaginam que serão felizes para sempre, ainda que alguns tenham que pedir “esmola” para se alimentar, ou até mesmo passar fome.
“Não dá para comer essa comida. Às vezes mandam a marmita com arroz, feijão, lingüiça frita e vinagrete. Isso é horrível, dá uma indigestão que ninguém agüenta, principalmente para quem trabalha à noite”. O desabafo é de uma policial. As reclamações aumentaram depois que trocaram de fornecedor.
Não é difícil se encontrar pela manhã, os isopores usados para transporta as marmitas lotados de comida já estragada, pois a maioria nem tocou na alimentação servida atualmente para funcionários da Secretaria de Segurança Públicas (SSP) que trabalham nos plantões dos Centros Integrados de Cuiabá e Várzea Grande.
“Não sabemos o que está acontecendo. Até dias atrás a até que a comida servida que vinha de um fornecedor, cuja empresa ficava no bairro Boa Esperança era até aceitável, embora não fosse tão boa. Não sabemos por que, mas trocaram de fornecedor e a comida agora vem intragável”, desabafa um policial civil.
Para a maioria dos policiais que trabalham nos Centros Integrados, a comida agora vem tão ruim, que nem os presos provisórios que são detidos, principalmente durante à noite não conseguem comer. “Se a nossa comida é tão ruim que ninguém consegue comer, imagine as marmitas que servem para os presos”, comentou um policial.
Verdade.
A reportagem do Portal de Notícias 24 Horas News comprovou na manhã desta quinta-feira (24) a realidade das reclamações. Em cima de uma mesa de um Centro Integrado ainda estava um isopor lotado de marmitas com a comida já estragada porque ninguém comeu. Em outra mesa no mesmo Centro Integrado estavam duas bandejas de papelão vazias.
É que os policiais tiveram que comprar duas pizzas para se alimentar porque a fome era muito grande. Questionados sobre o preço de cada marmita servida, os policiais não souberam informar, como também não souberam informar o nome da empresa que serve a alimentação para a SSP. A reportagem também tentou, mas não conseguiu informações sobre a empresa.
“Olha, a gente não sabe de quem é essa empresa, mas estão falando que ela veio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e seria apadrinhada por um político. A reportagem também tentou, mas não conseguiu informações sobre a empresa.
Fonte: http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=360539
O policial militar, segundo a reportagem do Portal de Notícias 24 Horas Newsapurou, recebe uma verba conhecida como Etapa Alimentação (EA). O dinheiro, no entanto, não chega às mãos dos militares, pois vai diretamente para os cofres dos quartéis.
“Porque as pessoas alegam que a gente recebe uma verba conhecida como Etapa Alimentação” e o dinheiro nunca chega às nossas mãos. Se o dinheiro é nosso. É para comprar a nossa comida, que o governo coloque o dinheiro na nossa conta bancária que a gente vai saber o que fazer. Se isso for feito, a gente não vai poder reclamar de nada”, explicou um militar que pediu para não ser identificado, que completa. “Se eu me identificar, vão me mandar para o local mais longe de Mato Grosso”
As reclamações dos policiais militares começaram a vir à tona a partir das também reclamações dos policiais civil, que não estão “engolindo” a comida servida atualmente nos plantões dos Ciscs.
“Eles (os policiais civis), ainda comem, ou pelo menos recebem a comida, que realmente é ruim, pois eu já tentei comer com eles e não agüentei. E nós, que nem vemos a cor da comida, quanto mais do dinheiro”, desabafou outro policial militar, que também não quis se identificar.
A reportagem tentou conversar com o coronel Lino Farias, comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso por pelo menos duas vezes durante a semana e não conseguiu. Neste sábado (26), por volta das 14h13, voltamos a ligar outras duas vezes, mas o telefone celular dele está na secretária eletrônica.
A história da Etapa Alimentação (EA) é longa e recheada de contos, dos mais hilários e absurdos. A Etapa foi implantada na gestão do então governador Jaime Campos, hoje senador da República, que também construiu o Comando Geral da Polícia Militar. A Etapa Alimentação hoje se caracteriza em uma das coisas mais exdrúxulas dentro da administração pública de um Estado. Até porque os recursos transferidos para os batalhões e demais unidades da Polícia Militar são gastos sem licitação, para que estas unidades, teoricamente, adquiram os mantimentos e produzam as refeições que seriam servidas aos policias.
Sempre houve uma nuvem de incertezas sobre esses recursos e os próprios oficiais admitem que são utilizados para pagamento de outras coisas, alegando que, diante da dificuldade do Estado suprir todas as necessidades das unidades (reparos, reformas, aquisição de bens de consumo e duráveis, etc.), parte dela seria utilizada para suprir as necessidades emergenciais.
Se realmente fosse isso que acontecia, apesar da sua aplicação de dar de maneira ilegal, não estaria caracterizada alguma imoralidade ou mesmo crime, mas nem sempre as coisas são bem assim. Existem algumas histórias, verdadeiras, que demonstram muito bem como a verba é aplicada.
Em Chapada dos Guimarães, há alguns anos, o comandante da PM local dizia aos subordinados que a Etapa Alimentação não estava vindo ou não era suficiente, de modo que teriam que arrecadar junto à comunidade os gêneros necessários para a feitura da comida.
Os policiais militares, como era de se esperar, arrecadaram alimentos em abundância, inclusive, umas poucas cabeças de gado que seriam entregues uma após a outra, de acordo com o consumo. Dito comandante, além de ficar com os recursos da Etapa Alimentação, subtraia as melhores partes do gado e levava para a sua casa.
Determinado dia, no entanto, quando o comandante passava um sermão nos subordinados, cada vez que dava a costas para a tropa, ele sempre escutava, em coro, um grande muuuuu....
Em outra situação, o comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), a pessoa que deveria demonstrar, mais que ninguém, um corportamento exemplar, pois era o responsável pela formação dos praças, usou o recurso da Etapa Alimentação para mobiliar seu gabinete.
O gabinete do comandante ficou parecendo o cenário do programa da Ana Maria Braga, enquanto as salas de aula apresentavam goteiras, pintura gasta e não contavam com ar condicionado.
Quando esse comandante foi transferido para o interior alegou que aqueles móveis eram seus e os levou para casa. Ainda no CFAP, um comandante que ficou por poucos dias, logo que tomou posse no comando da unidade, a primeira coisa que fez ao entrar na sua sala foi chamar o tenente que trabalhava na unidade, indagando-lhe o que havia em um cofre que ficava na sua sala.
Como o tenente respondeu que era onde guandavam os recursos da Etapa Alimentação, mandou que fosse aberto, retirou dali o dinheiro e contou. Havia cerca de R$ 15 mil. Retirou algo próximo da metada e colocou no bolso, falando para o tenente que aquilo correspondia a parte dos valores que o Estado lhe devia, por conta de diferenças salariais.
O dinheiro subtraído nessa oportunidade era produto da economia feita por um outro comandante que, além de fornecer a etapa aos alunos, estava juntando dinheiro para melhorar as condições das salas de aula da escola.
Na verdade a Etapa Alimentação sempre foi um cala boca para os oficiais superiores, fazendo com que os mantivessem sempre calmos nas questões salariais e segurassem a tropa, tanto que os recursos da etapa não chega nas localidades mais remotas, onde, invariavelmente, não existe um oficial superior no comando.
Enquanto na Secretaria de Segurança Pública (SSP), ao tomar conhecimento que a etapa não chegava a todas as unidades e que havia desvios, depois de muita luta, consegui-se que o governador editasse um decreto estabelecendo as formas que iam do fornecimento de alimentação pronta nas localidades cujo efetivo permitisse um preço bom para o Estado. Ou o repasse do dinheiro como auxilio alimentação para o policial ou mesmo aquisição dos gêneros alimentícios para a confecção das refeições nos quarteis.
Para tanto a SSP ainda reservou recursos orçamentários para os demais gastos que os policiais alegavam serem antes supridos com parte dos recursos da Etapa.
Após muita luta da SSP para definir os valores e a melhor alternativa para cada uma das unidades, da capital e do interior, o assunto ficou esquecido por algum tempo. Depois o assunto voltou e realizada uma a licitação, saindo vencedora uma empresa de São Paulo.
Vendo a aproximação do fim da Etapa Alimentação (dinheiro na mão é vendaval), seus maiores beneficiários começaram a se insurgir. Não houve resistência da SSP alegando que os gastos seriam maiores do que com a Etapa Alimentação, além de problemas com a empresa vencedora.
Assim, a história continuou seguindo seu rumo. Tudo como antigamente. Todos que da Etapa Alimentação beneficiam agora imaginam que serão felizes para sempre, ainda que alguns tenham que pedir “esmola” para se alimentar, ou até mesmo passar fome.
“Não dá para comer essa comida. Às vezes mandam a marmita com arroz, feijão, lingüiça frita e vinagrete. Isso é horrível, dá uma indigestão que ninguém agüenta, principalmente para quem trabalha à noite”. O desabafo é de uma policial. As reclamações aumentaram depois que trocaram de fornecedor.
Não é difícil se encontrar pela manhã, os isopores usados para transporta as marmitas lotados de comida já estragada, pois a maioria nem tocou na alimentação servida atualmente para funcionários da Secretaria de Segurança Públicas (SSP) que trabalham nos plantões dos Centros Integrados de Cuiabá e Várzea Grande.
“Não sabemos o que está acontecendo. Até dias atrás a até que a comida servida que vinha de um fornecedor, cuja empresa ficava no bairro Boa Esperança era até aceitável, embora não fosse tão boa. Não sabemos por que, mas trocaram de fornecedor e a comida agora vem intragável”, desabafa um policial civil.
Para a maioria dos policiais que trabalham nos Centros Integrados, a comida agora vem tão ruim, que nem os presos provisórios que são detidos, principalmente durante à noite não conseguem comer. “Se a nossa comida é tão ruim que ninguém consegue comer, imagine as marmitas que servem para os presos”, comentou um policial.
Verdade.
A reportagem do Portal de Notícias 24 Horas News comprovou na manhã desta quinta-feira (24) a realidade das reclamações. Em cima de uma mesa de um Centro Integrado ainda estava um isopor lotado de marmitas com a comida já estragada porque ninguém comeu. Em outra mesa no mesmo Centro Integrado estavam duas bandejas de papelão vazias.
É que os policiais tiveram que comprar duas pizzas para se alimentar porque a fome era muito grande. Questionados sobre o preço de cada marmita servida, os policiais não souberam informar, como também não souberam informar o nome da empresa que serve a alimentação para a SSP. A reportagem também tentou, mas não conseguiu informações sobre a empresa.
“Olha, a gente não sabe de quem é essa empresa, mas estão falando que ela veio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e seria apadrinhada por um político. A reportagem também tentou, mas não conseguiu informações sobre a empresa.
Fonte: http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=360539
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