REDAÇÃO ÉPOCA
No Brasil, há, segundo o levantamento, um pouco menos de seguranças privados do que policiais: 570 mil contra 687 mil. Esses números, entretanto, são estivamativas de um mercado em que muitas empresas atuam irregularmente, dificultando o dimensionamento do setor.
O diretor da pesquisa, Robert Muggah, afirma que "o principal fator do 'boom' parece ser a privatização por parte dos governos de muitas funções relacionadas à segurança". Muggah detalhou, no entanto, que os funcionários das empresas privadas de segurança têm em seu poder "muito menos armas de fogo do que as forças de segurança". O estudo, elaborado a partir dos dados de 70 países, ,mostra que a segurança privada dispõe em conjunto de 4 milhões de armas de fogo, número bem inferior aos 26 milhões das forças de segurança e dos 200 milhões dos exércitos.
"É inquestionável que está ocorrendo uma privatização generalizada da segurança", diz Muggah. Para ele, a expansão da indústria não ajudou na melhoria dos mecanismos de acompanhamento e transparência. "Apesar das evidências que algumas companhias de segurança privada compraram armas ilegalmente, que perderam armas por roubos ou que malversaram seus arsenais, não existe um sistema de informação sobre estes comportamentos", afirma.
Apesar de alguns países proibirem guardas privados de usar armas leves, em determinados locais, especialmente em zonas de conflito, esses agentes dispõem de em média três armas.
O relatório destaca que há "uma distinção progressivamente confusa entre as forças de segurança privadas e as públicas" e que as multinacionais que encontraram um importante nicho de mercado não estão submissas a mecanismos confiáveis de controle.
Outro problema da influência corporativa é que os sistemas de supervisão estabelecidos pelas multinacionais do setor "são no geral frágeis para prevenir a contratação de pessoal privado de segurança conhecido por ter utilizado a força de maneira abusiva no passado".
A evidência mostra que as leis do mercado impulsionaram a indústria, já que, conforme o relatório, "o comércio legal de armas leves, armas pessoais e suas respectivas munição ascende anualmente US$ 7,1 bilhões".
Emile LeBrun, coordenador do relatório, assinalou que as guerras no Iraque e Afeganistão contribuíram para o aumento desse tipo de armas e enumerou a lista de países mais envolvidos nesse comércio. Os Estados Unidos continuam sendo o maior exportador, e também o maior importador, de armas pessoais e rápidas, já que a posse dessas armas é habitual e culturalmente aceita. No que diz respeito à exportação aparecem atrás dos EUA, nessa ordem: Itália, Alemanha, Brasil, Suíça, Israel, Áustria, Coreia do Sul, Bélgica, a Federação Russa, Espanha, Turquia, Noruega e Canadá.
Segundo os dados divulgados pelas autoridades alfandegárias, nas importações, atrás dos Estados Unidos figuram Canadá, Reino Unido, Alemanha, Austrália, França e Paquistão.
Fonte: Época
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