Incidente pode ser o primeiro desafio diplomático de Dilma Rousseff
Um policial brasileiro flagrado com 500 gramas de metanfetamina no estado americano da Florida pode ser o primeiro grande desafio diplomático do governo Dilma Rousseff. Eleito policial do ano na cidade de Boynton Beach, David Britto ganhou destaque na mídia local quando as autoridades descobriram sua ligação com o tráfico de drogas. O grande problema é: ele fugiu de sua prisão domiciliar e, segundo o FBI, conseguiu pegar um avião direto para o Brasil, cuja Constituição barra completamente a extradição de brasileiros.
Batata fervendo
O caso poderia ter caído no esquecimento se não tivesse recebido atenção nacional nos Estados Unidos. Não é só a história de David Britto que é cinematográfica, sua fuga também foi. O brasileiro estava preso em casa com uma pulseira que indicava sua localização e, inesperadamente, desapareceu. Os federais americanos ainda estão batendo cabeça para saber como ele conseguiu fugir e pegar um avião e isso tudo só fez o caso ganhar mais notoriedade no país, que já tem um pé atrás quando o assunto é extraditar brasileiro.
Velha rusga
A restrição da Constituição sobre a extradição de brasileiros fez o político americano Timothy Ryan, um democrata da Câmara dos Representantes (equivalente a um deputado federal no Brasil), tentar barrar uma ajuda financeira anual de US$ 14 milhões (R$ 23 milhões) que os Estados Unidos concedem ao Brasil.
O assunto é polêmico e até hoje os americanos se ressentem da morte do piloto condecorado da Força Aérea Americana, Karl Hoerig, em 2009. Considerado um herói nacional, ele foi morto pela esposa brasileira, Claudia Hoerig. Hoje, Claudia vive em liberdade no Brasil graças à Constituição. Se David Britto realmente estiver no país, provavelmente terá o mesmo privilégio.
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