A Secretaria de Ressocialização de Pernambuco (Seres) abriu uma sindicância nesta sexta-feira (7) para investigar como o vídeo de uma festa clandestina, com equipamento de som, funk e bebida, foi realizado e publicado na internet. As imagens foram captadas dentro do presídio Anibal Bruno, no Recife.
Nas imagens, divulgadas nesta quinta-feira (6) pela TV Tribuna, presos do pavilhão Q aparecem cantando um funk com versos que citam os “domínios” dos presos aos bairros da capital pernambucana.
Um dos presos –e que seria o autor da música “Eh tudo nosso”-- se intitula como MC Taz e comanda a cantoria, que utilizou microfone e caixas de som. Detentos também exibem copos com bebidas.
Em contato com o UOL Notícias, a Seres confirmou a veracidade das imagens e disse que a festa foi realizada em 2009 e teria acontecido sem autorização da direção do presídio.
Segundo o órgão, os três presos já identificados foram punidos preventivamente nesta sexta-feira e vão ficar sete dias no castigo do isolamento. Porém, após a sindicância, eles podem ser punidos com mais 30 dias.
“Quando saírem do castigo, eles serão transferidos de pavilhão, já que os próprios presos não costumam admitir publicação de filmagens”, informou o órgão.
Segundo a Seres, a principal dúvida agora é saber como a câmera ou o celular entrou e saiu do presídio, fazendo com que as imagens fossem parar na internet. A sindicância vai apurar também se houve conivência dos agentes em algum momento da festa ou em dias anteriores.
A Seres esclareceu ainda que a bebida que aparece nas imagens seria produzida dentro do presídio, de forma artesanal, por meio da fermentação das frutas. As bebidas artesanais também são proibidas, e quando flagrados com elas, os presos são punidos.
Já sobre o sistema de som, a Seres informou que foi feita uma vistoria no pavilhão nesta sexta-feira, mas nenhum equipamento foi encontrado. Uma das hipóteses levantadas pelo órgão é de que som utilizado na festa seja o mesmo utilizado nos cultos. Porém, para que as caixas fossem usadas para uma festa seria necessária uma autorização especial da direção do presídio-- o que não ocorreu.
Por fim, a Seres informou que ainda não sabe quem é o cinegrafista, mas antecipou que o autor do vídeo deverá ser punido. O vídeo também será repassado à Polícia Civil para que investigações apontem quem seria o responsável pela publicação das imagens fora do presídio.
No próprio vídeo, um homem intitulado como “DJ Gaiato” aparece como editor das imagens. Ele deve ser convocado a prestar esclarecimentos sobre o caso.
Além do vídeo exibido pela TV, que foi postado no You Tube no dia 18 de junho, o UOL Notícias encontrou outro, onde o MC Taz aparece cantando –desta vez sozinho. Questionada sobre essas outras imagens, a Seres informou que ainda não tinha conhecimento do segundo vídeo e que a sindicância vai investigar, inicialmente, o vídeo da festa, mas que pode apurar outras imagens feitas de dentro do presídio.
Fonte: Uol notícias
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