Desembargador teria pedido passaporte à quadrilha de Cachoeira
Escutas telefônicas da Operação Monte Carlo, divulgadas pelo Lei dos Homens, revelam o envolvimento de um funcionário da Polícia Federal com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Em uma das gravações, o auxiliar administrativo e chefe da divisão de serviços gerais da PF, Anderson Aguiar Drumond, providencia a liberação do passaporte para o desembargador Josafa Francisco dos Santos.
O pedido é feito por Idalberto Matias de Araujo, conhecido por Dada, no dia 19 de abril de 2011. Segundo inquérito da PF ele seria um “elo” entre as quadrilhas e o Poder Público, principalmente em relação aos órgãos de Segurança Pública. Na gravação, Dada pede para Anderson “agilizar” um passaporte para o desembargador.
Josafa iria ministrar uma palestra fora do Brasil, mas estava com o passaporte de serviço vencido. Dada diz que o desembargador acha que o passaporte não vai sair a tempo e precisa garantir o passaporte comum. “Esse passaporte de serviço é emitido pelo Ministério Itamaraty”, diz Anderson. Em seguida Dada completa “o cara (desembargador) tá com medo de não sair, pra ver o comum dele”.
Trecho das escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal
Trecho das escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal
Na mesma gravação, Dada passa os dados de dois menores de idade, um bebê de três meses e um adolescente de 17 anos, para que Anderson também providencie a liberação dos documentos.
A assessoria da Polícia Federal informou que Anderson foi afastado no dia em que a Operação Monte Carlo foi deflagrada. Ele também foi preso, mas já está em liberdade. O funcionário responde a investigação interna que pode terminar em demissão, além de poder responder por violação de sigilo e formação de quadrilha.
FONTE : BLOG LEIS DOS HOMENS
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