SOBRE O BRASIL E SUA DEMOCRACIA CAMBALEANTE
(manifestação de opinião ancorada na Lei no 7.524, de 17 de julho de 1986)
A dissensão vulcânica que ata o passado ao presente está esquentando sem que se possa vislumbrar o tamanho da explosão futura nem pra que lado o magma se derramará a derreter muitas gentes. Bem, talvez todos os lados... Sim, os personagens detentores do poder político sentem-se suficientemente fortes para lancear o magnífico urso que hiberna sob o manto do Cruzeiro do Sul... Mas o urso já reage às tocaias que lhe são desferidas em ira vingativa, tal como mordida de serpente. Sim, sim!... O urso despertou do sono hibernal para enfrentar a univocidade que impera num país onde as leis parecem valer apenas para quem manda e desmanda e a corrupção na política se oficializa como espécie de arma futura. Mas o magnífico urso, atento, convoca com autoridade a onça que passeia na selva e no asfalto. Como o urso, a onça é plena de vida... E marcharão juntos, urso e onça, a enfrentar a serpente que sai do ovo para envenenar os bons e justos...
As vingativas serpentes ignoram o fato de que urso e onça não falam a linguagem delas, o que não significa temor ou inércia ante elas, que chocalham o rabo em agressividade imaginando-se vitoriosas já antes da mordida. Saem do ninho superestimando sua trilha de retaguarda nem tão guarnecida assim, eis como perderão a batalha tal como Napoleão perdeu a guerra na Rússia: avaliou arrogantemente um contexto em que já se sentia vencedor e não o era. E aqui também as serpentes serão esmagadas porque prometeram paz e harmonia ao mundo dos bichos e agora se enroscam para o bote traiçoeiro apostando apenas no chocalhar alarmante do rabo e no seu veneno mortal. E os bichos gratuitamente antagonizados (supostas presas fáceis) vestem farda, não importando sua cor e a destinação: municipal, estadual ou federal.
As vingativas serpentes ignoram o fato de que urso e onça não falam a linguagem delas, o que não significa temor ou inércia ante elas, que chocalham o rabo em agressividade imaginando-se vitoriosas já antes da mordida. Saem do ninho superestimando sua trilha de retaguarda nem tão guarnecida assim, eis como perderão a batalha tal como Napoleão perdeu a guerra na Rússia: avaliou arrogantemente um contexto em que já se sentia vencedor e não o era. E aqui também as serpentes serão esmagadas porque prometeram paz e harmonia ao mundo dos bichos e agora se enroscam para o bote traiçoeiro apostando apenas no chocalhar alarmante do rabo e no seu veneno mortal. E os bichos gratuitamente antagonizados (supostas presas fáceis) vestem farda, não importando sua cor e a destinação: municipal, estadual ou federal.
Não me refiro especificamente a nenhuma ninhada de serpentes, até porque, no caso, todas as ninhadas são idênticas e de cada ovo nasce uma dessas víboras veneníferas... Nem tenho motivos para defender os bichos, a não ser os que amam a Liberdade e a Democracia com "L" e “D” maiúsculos. E percebo que ela, a Democracia, se distancia da realidade pátria tal como a miragem no deserto engana o sedento. Ora!... Já vi filme igual... Vivenciei a assustadora baderna deflagrada em anos anteriores a 1964 e depois experimentei o regime militar trabalhando e estudando normalmente, até que houve a transição que ora fragiliza a democracia por conta de serpentes em chocalhar retumbante. Hoje, porém, sou um bicho avelhantado, mas por ter usado farda de PM vejo o país como um ovo podre tendente a deixar escapar seu mau cheiro; aliás, o mesmo ovo podre e tremeluzente (fingindo-se saudável) anterior a 1964 – o ovo da serpente!
Constato, é verdade, uma euforia desenvolvimentista desfocada da realidade de um povo ignaro a receber migalhas em histórico conformismo. Essa desesperança é percebida na maior de todas as filas: a das casas lotéricas onde o povoléu clientelista gasta em jogos de azar governamentais o pouco que recebe do próprio governo, devolvendo às algibeiras públicas o capital paternalista de elevado peso eleitoral, sobrando-lhe só a resignada gratidão e o remorso pelo mau uso do misérrimo dinheiro que tentou multiplicar vencendo o eterno azar... Trata-se de círculo vicioso indispensável ao reforço da “Grande Esperança”: a implantação do regime socialista no Brasil a pretexto de ofertar à massa resignada um Estado mais “amigo”, mesmo que a imagem cubana, stalinista, maoista e a de alguns países do Cone Sul represente miséria sem liberdade, por mais que seus mentores a ocultem. “Mui amigos”... Que democratas, nada! Muito menos neste país em que a legalidade virou piada e os valores pátrios são substituídos por tentativas de vindicta servindo de gasolina a alimentar um fogaréu reacendido pelo ódio.
Diante dos últimos e polêmicos acontecimentos, vejo o futuro com pessimismo! Não creio na boa intenção dessa extrema-esquerda-serpentiforme que se lança açodadamente contra os militares (ursos e onças) em escaramuças idênticas às que assistimos no passado anterior ao regime militar. Eram práticas baderneiras e anúncios de mudança do regime com direito a “paredón” e demais retaliações do gênero. Os discursos sindicais eram insuflados por sanguissedentos países socialistas com expressiva representatividade no Brasil. Isto eu vivenciei como civil, ainda moço, sindicalizado como comerciário. E me sentia mal... Porque, mesmo imaturo, era-me fácil concluir que o futuro anunciado durante sucessivas greves e aflitivos boicotes de gêneros alimentícios, configurando um ambiente de grave perturbação da ordem pública, culminaria tal como Stalin fez na Rússia: na eliminação sumária de um milhão de russos e em trabalho forçado na Sibéria para doze milhões de contrários ao novo regime. Ou como na Cuba de Fidel ou na China de Mao...
Ora, nas plagas tupiniquins não se há de repetir a triste história russa, ou a desgraceira maoista, ou o sangrento engodo cubano. Haverá reação às provocações e às ações dissociadas de uma transição democrática que os atores e atrizes alegam não ter sido pactuada. E poderá ser sangrenta, porque o Estado de Direito enfraquece diante da imposição de um poder político que se torna a mais e mais avesso às leis vigentes e às decisões judiciais. Enfim, a onça não mais está sendo cutucada com vara curta: agora leva temerários pontapés. E, diferentemente do perigoso urso já acordado, ela não hiberna, é muito arisca e, portanto, não menos feroz que seu aliado de tamanho assustador e ferocidade indiscutível – bichos que não temem a serpente...
Esclarecendo que sou filho de operário-comunista perseguido pelo Estado Novo de Vargas, com sua ficha levada ao DOPS do antigo RJ durante o regime militar, espectro que me acompanhou vida afora mesmo depois da morte do meu pai, com 39 anos, quando eu contava apenas dez, não sou e jamais fui comunista. Nem extremista de direita, por razões óbvias... Por conseguinte, almejo que a verdadeira democracia supere esses conflitos que afloram em prenúncio de erupção vulcânica. Afinal, tenho uma filha de onze anos e pretendo que ela cresça num ambiente seguro, e não em meio a vindictas irresponsáveis de meia dúzia de atores e atrizes que se colocam acima do bem e do mal porque antes pegaram em armas para sequestrar, matar, roubar bancos etc., e assim tentar implantar um extremado regime de esquerda no Brasil. São pessoas que hoje, eventualmente, ocupam o poder político no qual pretendem se eternizar tendo como mote o “combate aos malfeitos da ditadura militar”, como se cometer crimes graves que conscientemente cometeram não merecesse contrapartida imediata...
Enfim, todos se jactam de terem praticado delitos nada românticos a pretexto de “combater o regime militar” e “defender a democracia”... E saem do ninho em chocalhar desafiador, imaginando-se capazes de retaliar pelo veneno de seus argumentos os militares que com eles confrontaram para o verde-amarelo-azul-e-branco vencer o vermelho. Claro que serpente não se preocupa com nenhuma democracia! Aliás, nem antes e nem agora... Ah, mas por uma democracia aprimorada, consolidada, e avessa a esse radicalismo, eu lutarei como um bicho, nem que eu seja nada mais que mosquito! E a luta passa pela defesa da legalidade a qualquer preço! Porque não há democracia sem respeito às leis vigentes, que devem ser criadas, atualizadas ou revogadas, sim, porém sempre com fins gerais de melhoria da qualidade de vida do povo, e não para acirrar desforras particulares como se o povo fosse mero expectador, sem poder reclamar por uma paz duradoura em ambiente efetivamente adequado ao Estado Democrático de Direito. Enfim, quem se propuser a defender esta linha de pensamento e de ação em favor da Democracia, abominando as serpentes adoradoras de Fidel, Stalin, Mao e demônios afins, pode contar comigo!
Enfim, todos se jactam de terem praticado delitos nada românticos a pretexto de “combater o regime militar” e “defender a democracia”... E saem do ninho em chocalhar desafiador, imaginando-se capazes de retaliar pelo veneno de seus argumentos os militares que com eles confrontaram para o verde-amarelo-azul-e-branco vencer o vermelho. Claro que serpente não se preocupa com nenhuma democracia! Aliás, nem antes e nem agora... Ah, mas por uma democracia aprimorada, consolidada, e avessa a esse radicalismo, eu lutarei como um bicho, nem que eu seja nada mais que mosquito! E a luta passa pela defesa da legalidade a qualquer preço! Porque não há democracia sem respeito às leis vigentes, que devem ser criadas, atualizadas ou revogadas, sim, porém sempre com fins gerais de melhoria da qualidade de vida do povo, e não para acirrar desforras particulares como se o povo fosse mero expectador, sem poder reclamar por uma paz duradoura em ambiente efetivamente adequado ao Estado Democrático de Direito. Enfim, quem se propuser a defender esta linha de pensamento e de ação em favor da Democracia, abominando as serpentes adoradoras de Fidel, Stalin, Mao e demônios afins, pode contar comigo!
FONTE : BLOG DO ERMIR LARANJEIRAS
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