PM Julierme Franklin Anacleto: polícia suspeita que ele foi eliminado pelos próprios comparsas
A morte do soldado PM Julierme Franklin Anacleto, de 28 anos, ocorrida na madrugada de domingo (23), após uma tentativa de assalto à uma distribuidora de bebidas, no Distrito Industrial de Rondonópolis, está sendo investigada pela Delegacia Distrital da Vila Operária. O policial foi ferido no ombro durante troca de tiros com seguranças da distribuidora que reagiram ao assalto. Porém, estranhamente, horas depois e longe dali, o soldado foi encontrado morto com um tiro na nuca.
O delegado Eduardo de Paula Botelho, titular da Divisão de Crimes Contra Pessoa (DCCP do Cisc), está respondendo temporariamente pela Distrital e vai investigar o caso. A informação foi repassada ontem pelo delegado regional Lauriberto Donizete de Godoy.
Segundo o regional, Eduardo solicitou exames periciais do local do crime na empresa onde a tentativa de assalto aconteceu, recolheu as imagens do circuito interno de segurança e pediu que fossem feitos exames residuográficos no corpo do PM Franklin. O mesmo tipo de exame foi pedido também que fosse feito nas mãos dos soldados PMs Genival Ferreira de Souza, de 29 anos e Ricardo Duarte Neves, de 33 anos, suspeitos de participação na tentativa de assalto à distribuidora.
Além dos três policiais militares, um técnico em eletrônica, identificado como José Leandro da Silva, de 33 anos de idade, apontado como sendo o condutor do veículo utilizado na ação, também foi preso e autuado em flagrante.
O inquérito foi repassado à Delegacia da Vila Operária porque o corpo do soldado foi encontrado próximo à cabeceira da ponte do Córrego Canivete, na divisa dos bairros Cascalhinho e Luz da Yara, circunscrição daquela delegacia.
O delegado Eduardo também pediu exames de confronto balístico da pistola calibre PT-380 com o projétil extraído do corpo do soldado morto. A arma foi encontrada no interior da caminhonete Ford Ranger, que foi abandonada no bairro Santa Cruz e teria sido utilizada no assalto e para transporte e desova do corpo do soldado Franklin. O veículo também foi periciado porque apresentava manchas de sangue na porta do passageiro.
Exames de DNA também serão feitos para ver se o sangue pertence ou não ao soldado Franklin e se ele foi morto ainda no interior da caminhonete, como suspeita a polícia.
Conforme ainda a polícia, inicialmente as suspeitas recaem sobre o PM Duarte, porque Genival foi preso no local do roubo e, como o soldado Franklin foi atingido por disparos na troca de tiros com os seguranças da distribuidora de bebidas durante o assalto e não poderia ser levado para atendimento num hospital porque levantaria suspeitas e o plano seria descoberto, a polícia desconfia que ele acabou sendo executado como queima de arquivo.
No momento em que se apresentou no Cisc, na tarde de segunda-feira (24), o soldado PM Ricardo Duarte se negou a fazer qualquer declaração, se reservando no direito de só falar em juízo.
Quando foi preso pela PM, ainda nas proximidades da empresa assaltada, conforme as investigações apontam, o soldado Genival teria revelado a participação dos comparsas militares e de José Silva. O técnico, segundo repassou o PM, era quem dirigia o veículo.
Por conta da confissão e denúncia de Genival, Ricardo acabou preso e autuado ainda em situação de flagrante assim que se apresentou no Cisc, na manhã de segunda-feira (24). O técnico foi encaminhado à Cadeia Pública. Os dois militares foram levados para o presídio militar de Santo Antônio do Leverger, próximo à capital Cuiabá.
OUTROS CASOS
A polícia investiga ainda a participação do grupo em outros assaltos, principalmente a caixas eletrônicos ocorridos na cidade ultimamente, bem como investiga um serralheiro que é proprietário do veículo Ranger, que esteve no Cisc na manhã do domingo (23), registrando um Boletim de Ocorrência de furto do seu veículo. Segundo a polícia, o serralheiro teria entrado em contradição quando prestou seu depoimento.
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