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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Airbus do voo 447 bateu no oceano a 200 km/h; veja últimos minutos!!!!!!!!!

ANDRÉ MONTEIRO/FOLHA
DE SÃO PAULO

O avião do voo 447 da Air France bateu no oceano a uma velocidade de cerca de 200 km/h, segundo relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira pelo BEA --órgão do governo francês responsável pela investigação do acidente. A tragédia ocorreu em 2009 durante o trajeto Rio-Paris e causou a morte dos 228 ocupantes. Segundo o relatório, entre às 22h59 e 23h01 do dia 31 de maio, o comandante do avião, Marc Dubois, estava na cabine do Airbus A330 e ouviu a conversa entre os dois copilotos, no qual um deles diz: "O pouco de turbulência que você acabou de ver (...) devemos encontrar outras mais à frente (...). Estamos na camada, infelizmente não podemos subir muito mais agora porque a temperatura está diminuindo menos rapidamente do que o esperado". Em seguida, Dubois deixou a cabine.
Segundo o BEA, o relatório descreve "de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente, e apresenta fatos novos estabelecidos". As primeiras análises definitivas serão apresentadas somente no fim de julho. "Só depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA", informou o órgão.
VEJA COMO FORAM OS ÚLTIMOS MINUTOS DO VOO 447:
23h06min04s: o primeiro copiloto chama os comissários de bordo diz: "Em dois minutos devemos chegar a uma área mais agitada do que agora e devemos tomar cuidado lá". Ele acrescenta: "Eu lhe ligo logo que sairmos de lá".
23h08min07s: o segundo copiloto propõe ao que pilota: "Você pode, possivelmente, levar um pouco para a esquerda". A aeronave começa uma ligeira virada para a esquerda --o desvio em relação à rota inicial é de cerca de 12 graus. O nível de turbulências aumenta ligeiramente e a tripulação decide reduzir a velocidade.
A partir das 23h10min05s, o piloto automático é desativado e o copiloto diz: "Eu tenho os comandos". O piloto automático permanecerá desligado até o final do voo.
A aeronave se inclina para a direita e o copiloto faz uma manobra à esquerda e para elevar o nariz. O alarme de "stall" (perda aerodinâmica) dispara duas vezes.
Neste momento, os dados registrados na caixa-preta mostram uma queda acentuada na velocidade medida no lado esquerdo do avião --de 275 nós (509 km/h) para 60 nós (111 km/h). Momentos depois, a mesma queda é mostrada nos instrumentos de bordo. A velocidade medida no lado direito do avião não foi registrada pela caixa-preta.
Às 23h10min16s, o segundo copiloto diz: "Perdemos as velocidades" e, em seguida, "alternate law". O "alternate law" indica que os limitadores do ângulo de ataque não estão disponíveis. O ângulo de ataque é o ângulo formado entre o vento relativo e o eixo da aeronave.
O ângulo de ataque aumenta gradualmente para acima de 10 graus e leva o Airbus a uma trajetória ascendente. O copiloto realiza ações para abaixar o nariz do avião e manobras de inclinação alternadas à direita e à esquerda.
A velocidade de queda, que havia atingido 7.000 pés por minuto (128 km/h) cai para 700 (12,8 km/h). A inclinação varia entre 12 graus à direita e 10 graus à esquerda. A velocidade mostrada à esquerda aumentou brutalmente para 215 nós (398 km/h). A aeronave se encontra, então, a uma altitude de cerca de 37,5 mil pés (11.430 metros) e a inclinação do nariz é de cerca de 4 graus.
Apesar do problema parecer resolvido, o piloto chama o comandante à cabine diversas vezes a partir das 23h10min50s.
23h10min51s: o alarme de "stall" soa novamente. As manetes do avião são colocados na posição "TO/GA" e o copiloto faz manobras para levantar o nariz. O ângulo de ataque, que estava em 6 graus quando o alarme soou, continua a aumentar. O estabilizador horizontal (THS) passa de 3 para 13 graus em cerca de 1 minuto, e permanecerá assim até o fim do voo.
23h11min06s: a velocidade mostrada no painel aumenta abruptamente para 185 nós (343 km/h), e é a mesma registrada no lado esquerdo do avião. O copiloto continua efetuando manobras para levantar o nariz. A altitude da aeronave atinge o máximo, 38 mil pés (11.582 metros), e o ângulo de ataque está 16 graus.
23h11min40s: o comandante Marc Dubois retorna à cabine. Em seguida, todas as indicações de velocidades se tornam inválidas e o alarme de "stall" para de soar.
Segundo o BEA, quando as velocidades medidas são inferiores a 60 nós (111 km/h), as medições do ângulo de ataque são consideradas inválidas e não são considerados pelo sistema de voo. Quando são inferiores a 30 nós (55 km/h), os próprios valores de velocidade são considerados inválidos.
Neste ponto, o Airbus está a uma altitude de 35 mil pés (10.668 metros) e a velocidade de queda é de cerca de 10 mil pés por minuto (183 km/h). A inclinação do nariz não passa dos 15 graus e a rotação dos motores está perto de 100%. A aeronave sofre oscilações de inclinação que atingem por vezes 40 graus. O copiloto aciona o manche no limite para a esquerda e tenta levantar o nariz por cerca de 30 segundos.
23h12min02s: o copiloto diz: "Eu não tenho mais nenhuma indicação", e o outro responde: "Não temos nenhuma indicação que seja válida". Neste ponto, as manetes estão na posição "IDLE", e a rotação dos motores está em 55%. Quinze segundos depois, o copiloto faz novas manobras para levantar o avião. Nos instantes que se seguem, o ângulo de ataque cai, as velocidades tornam-se novamente válidas e o alarme de "stall" é reativado.
23h13min32s: o copiloto diz: "Vamos chegar ao nível 100". Na aviação, a altitude é indicada em níveis de centenas de pés --o nível 100 se refere a 10 mil pés (3.048 metros). Cerca de quinze segundos depois, são registradas manobras simultâneas dos dois copilotos nos manches e um deles diz: "Vamos lá, você tem os comandos". O ângulo de ataque, quando válido, está sempre acima de 35 graus.
Os registros param às 23h14min28s. Os últimos valores registrados pela caixa-preta são de 16,2 graus de elevação do nariz, inclinação de 5,3 graus à esquerda, rumo magnético de 270 graus e velocidade vertical de 10.912 pés por minuto (200 km por hora).
Johann Peschel/Bea/Ecpad/France Presse
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos
Uma das turbinas do Airbus A330 da Air France foi retirada do fundo do mar; veja outras fotos

REPORTAGENS
O anúncio do BEA ocorre após pressão feita pela imprensa internacional na última semana, quando foram publicadas reportagens com especulações sobre as causas do acidente. Após o
resgate das caixas-pretas e a confirmação de que os dados do voo poderiam ser lidos, os investigadores franceses haviam informado que a análise do material duraria meses. O jornal francês "Le Figaro" informou que a análise preliminar das caixas-pretas do Airbus apontava para um erro dos pilotos como motivo do acidente. O BEA desmentiu as informações, mas resolveu antecipar a divulgação dos primeiros dados recuperados.
No domingo (22), a revista alemã "Der Spiegel" noticiou que o avião sofreu uma
parada súbita provocada por gelo acumulado nas sondas de velocidade Pitot e que o comandante do voo, Marc Dubois, não estava na cabine na hora do acidente. O sindicato de pilotos da Air France rechaçou as reportagens.

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